A colonoscopia é um exame através do qual o revestimento interno do intestino grosso é visualizado diretamente e em tempo real. Este procedimento permite o exame, a coleta de material para estudo histológico, bem como a remoção de lesões pré-malignas sem a necessidade de intervenção cirúrgica.
É um exame indicado na prevenção do câncer do intestino grosso (colorretal), cuja incidência é crescente em ambos os sexos, a partir dos 50 anos de idade. Também é adequado para a investigação de sinais e sintomas que podem sugerir doença neste segmento.
A eficiência da colonoscopia na prevenção do câncer pode ser bem compreendida porque os tumores malignos do intestino grosso são causados, em sua grande maioria, pela progressão de lesões benignas e diminutas (os pólipos) que ao longo de 5 a 7 anos sofrem modificações que resultam em crescimento e transformação maligna. Se a remoção destes pólipos (polipectomia) for realizada antes que ocorram estas modificações, então o procedimento é capaz de prevenir a ocorrência do câncer do intestino grosso.
Uma colonoscopia normal, realizada em condições técnicas adequadas (bom preparo intestinal, exame completo, etc) em um paciente de baixo risco, poderá ser repetido em 5 anos com segurança para o programa de prevenção de câncer. A periodicidade com que a colonoscopia deve ser realizada é individual e depende do resultado do exame prévio e do risco de cada paciente.
São considerados pacientes de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal aqueles que possuem histórico de câncer de intestino em familiares, e aqueles que possuem doenças que predispoem ao câncer de intestino (leia mais no tópico “Câncer Intestinal”).
As complicações são raras na colonoscopia em que não é realizado qualquer procedimento. Nos exames chamados terapêuticos, a incidência é um pouco maior. Embora infrequentes, as complicações são potencialmente graves (hemorragia ou perfuração intestinal), eventualmente requerendo tratamento cirúrgico.
Uma das grandes vantagens da colonoscopia é tornar possível a remoção de pólipos sem a necessidade de uma cirurgia abdominal. Antes do surgimento do aparelho (o colonoscópio) somente era possível remover os pólipos, mesmo pequenos, através de uma cirurgia.
Antes de se submeter a uma colonoscopia, é imperativo consultar-se com o coloproctologista que executará o procedimento a fim de obter todos os esclarecimentos a seu respeito. Esse contato prévio aumenta em muito a segurança da intervenção, permitindo ao médico especialista conhecer em detalhe as condições clínicas do paciente e estimar adequadamente os riscos. Dessa forma, é possível individualizar todas as etapas do exame (limpeza do intestino, tipo de sedação, etc) às condições específicas de cada caso.
A colonoscopia é um exame empregado no diagnóstico e tratamento das doenças do cólon e do reto. Sua preparação e execução são de complexidade bem superior à de outros procedimentos mais rotineiros como endoscopia digestiva alta, ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética. Por este motivo exige equipe experiente e com treinamento específico para que os bons resultados sejam alcançados com a devida segurança.
É bom lembrar que a colonoscopia não é capaz de avaliar totalmente as doenças anorretais. Algumas doenças do reto inferior e especialmente aquelas do canal anal são mais bem avaliadas com outro tipo de exame (a anuscopia) que é realizado em consultório com um médico coloproctologista. A melhor forma de assegurar que esses critérios sejam cumpridos é buscar os cuidados de um especialista associado à Sociedade Brasileira de Coloproctologia.